terça-feira, 18 de novembro de 2008

CAMINHOS E DESCAMINHOS NA CONSTRUÇÃO TEOLÓGICA BRASILEIRA.

Em Outubro, tive o privilégio de participar de dois importantes congressos de teologia. De ambos saí bem alimentado, não só física, mas espiritualmente também. Em ambos, pude perceber a presença de líderes sedentos pela Palavra; e em um deles, ouvi preletores dispostos a nos banquetear com a Mesma, que é viva e permanece para sempre.
Penso que a Igreja Evangélica Brasileira está muito bem servida de congressos, mas faltam-lhe maiores ambições quanto ao desprendimento denominacional, confessional e político. Acredito que no saber teológico existam horizontes a serem contemplados, e que o nosso problema como Igreja Evangélica Brasileira nasce da má formação de muitos dos nossos amados e queridos pastores, que não só pecam pela superficialidade teológica, mas, sobretudo, pela busca cada vez maior de querer ver os seus “negócios” darem certo. Não precisamos, necessariamente, ser adeptos da teologia da prosperidade para querer que os “nossos negócios gerem resultados”. Talvez tenhamos assumido mais o papel de serpentes do que de pombos, em nossas ambições ministeriais.
Gosto destes encontros porque vejo neles pessoas com o coração de servo e com a vontade de aprender a andar mais perto do Mestre, para servir melhor. Ali eu deixo, por alguns momentos, de me sentir um dos solitários paladinos da espiritualidade e passo a me ver mais como um soldado de um exército de paz. Ao ver a simplicidade e engajamento de alguns dos irmãos, não posso deixar de crer que a Igreja é a ambiência dos desprovidos e dos desconhecidos. Não posso deixar de crer que não precisamos de líderes de grife para a edificação da Igreja do Senhor Jesus; não precisamos de estrelas, pois não existe galáxia na eclesiologia propriamente bíblica. Não precisamos lançar sortes para ver quem será o próximo representante dos evangélicos a ser erguido no poder como ícone nacional. A Igreja Evangélica Brasileira não é só feita de horários na TV e programas gospel, movidos pela complacência e ingenuidade dos fiéis, e por uma teologia ruim de troca de bênçãos. Não, a Igreja evangélica Brasileira é feita por pessoas simples dos diversos cantos do Brasil, que congregam em comunidades pequenas para orar e ler a Bíblia. Ainda bem que o crescimento da igreja não depende dos maus políticos denominacionais e nem das raposas da fé que sacrificam a ética no altar dos interesses pessoais.
Dois congressos como focos e alcances distintos, mas que englobam a realidade da Igreja Evangélica Brasileira. Concluo que ainda há esperança para o Brasil evangélico; nem tudo está perdido; ainda existe boa liderança e podemos continuar crescendo com aqueles que de coração puro, invocam ao Senhor.